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Eletrônica, Arduino e etc

Quando eu era moleque, houve uma época em que eu queria ser “engenheiro eletrônico” quando crescesse. Coloquei isso entre aspas porque, naturalmente, eu não fazia a menor idéia do que estava dizendo; essa vontade vinha do fato de eu gostar – bastante – de mexer nos eletrônicos da casa. Eu me dava bem com o rádio, o vídeo cassete, a TV, o vídeo game (um Atari 2600) e o computador (na época, um Solution 16, sobre o qual ainda quero escrever aqui um dia).

Vendo isso, meu pai se empolgou (ele nunca admitiu diretamente, mas eu sei que ele queria que eu virasse engenheiro) e me deu de presente um dos brinquedos mais marcantes e sub-utilizados da minha infância: Um Laboratório Eletrônico, da Omega.

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A caixa do Laboratório Eletrônico: um brinquedo raro.

O conceito dele era muito interessante. Era uma placa com diversos componentes eletrônicos: resistores, capacitores, diodos, um LED, um potenciômetro, uma bobina, um interruptor, um suporte para pilhas… enfim, uma seleção suficiente para realizar as 40 montagens que vinham descritas no manual. A minha preferida era o rádio: eu achava sensacional o fato de ligar uns fiozinhos naquela placa que parecia incompreensível e, de alguma forma, ouvir a música sair pelo falante (que eu não chamo de alto falante aqui porque o som dele era muito baixo).

O ponto não é a qualidade do som dele, mas sim o princípio. Eu sempre fui muito mais interessado em saber como as coisas funcionam. De fato, esse interesse muitas vezes chegou ao nível da obsessão, e eu só me sentia confortável usando uma ferramenta depois de compreender a maneira como ela realiza sua tarefa. Até nos estudos isso já causou problemas, porque eu tenho dificuldade em ser mais pragmático com algumas coisas. Minhas deficiências em Eletromagnetismo até hoje me fazem perder o sono às vezes; e eletrônica sempre foi meu calcanhar de Aquiles.

Seja por falta de disciplina ou dedicação, nunca realmente entendi eletrônica. Quando digo entender eletrônica, quero dizer entender: algo além do arroz com feijão do circuito RL/RC/RLC. É só colocar uns diodos, transistores ou coisas do gênero que eu fico totalmente perdido. “O que isso aqui faz mesmo?”, fico me perguntando. Eu sei como os elementos funcionam, mas a interação entre eles me escapa. Até hoje não sei direito como funcionava o rádio que eu montava com o brinquedo.

No fim das contas, acho que é também uma questão de falta de prática. Nunca me enveredei muito seriamente pelos lados da eletrônica, então nunca explorei na prática um circuito em funcionamento – e isso provavelmente teria me ajudado muito.

O lado bom é que, mesmo sendo meio idiota, eu também sou teimoso para cacete, então continuo tentando aprender. Não só eletrônica aliás, mas outros tópicos também – principalmente os que são “questão de honra” (aqueles que eu não me sinto merecedor do diploma de Físico sem saber). Então, os próximos posts aqui vão ser sobre o meu estudo de eletrônica. Estou começando e mexer com Arduino, e pretendo usar isso como gancho para me aprofundar no assunto.

O próximo post já está no forno, inclusive: montando o Arduindo com um sensor DHT11 para medir umidade relativa e temperatura do ambiente.


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