A Lei Cidade Limpa entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano, proibindo a maioria das formas de publicidade externa na cidade. Não só foram banidos os outdoors e anúncios gigantes (familiares de quem passava na Rua da Consolação, por exemplo), mas também os anúncios em ônibus e táxis.
A iniciativa é boa – apesar de as agências publicitárias terem esperneado até não poder mais contra a nova lei. Ela ajuda a diminuir a poluição visual na cidade, o que às vezes parece algo irrelevante em meio à agitada vida paulistana, mas que no fundo contribui para aumentar o estresse de quem vive numa cidade tão agitada.
No entanto, fico me perguntando qual vai acabar sendo o real efeito dessa lei na vida do paulistano. Nos últimos tempos eu venho percebendo a mudança significativa na paisagem da cidade por causa da remoção de toda a publicidade externa, e sou forçado a dizer que é bem provável que essa lei possa acabar tendo o efeito oposto do esperado.
Isso porque, no lugar dos anúncios, em muitos lugares ficaram os “esqueletos” abandonados das estruturas em que eles costumavam ficar afixados – postes de outdoor, pra citar um exemplo mais evidente. Quem passa na Marginal Pinheiros na região da Cidade Universitária ainda pode ver uma fila imensa deles, ainda ali, como fantasmas.
Mas o pior disso não são essas estruturas abandonadas – que, mais dia menos dia, vão acabar saindo. São as pixações e outras depredações visuais, tão comuns hoje em dia. Elas estão por todo lugar – evidência de que existe gente sem noção de que as idiotices que eles escrevem podem não agradar aos outros. Se a Prefeitura pretende ser minimamente coerente, ela deve tomar providências para limpar as fachadas da cidade e evitar que elas voltem a ser vítimas de vandalismo.
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