de Finibus Bonorum et Malorum



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Sobre Stoa, censura e falta de noção

O Stoa acabou. Certamente isso não é oficial, mas na prática duvido que alguém vá levar esse site a sério.

Um colaborador do portal postou uma piada no dia 1º de abril a respeito de uma hipotética conversa entre a reitora e o governador a respeito da privatização da USP.
Aparentemente as coisas tomaram uma proporção ligeiramente fora de controle. Não sei dos detalhes da história, porque honestamente não tenho o hábito de freqüentar o Stoa todo dia. Simpatizava com o conceito do site, de criar uma “rede social da USP” e, assim, procurar integrar as pessoas que fazem parte da Universidade.
Aparentemente, no entanto, algumas pessoas não compreendem o conceito de piada. Nem o conceito de noção.
Depois de muita repercussão, o autor do tal post foi afastado da equipe do Stoa e teve sua conta no sistema apagada. Foi, também, obrigado a escrever uma mensagem de desculpas, esclarecendo o mal entendido – coisa que, aliás, foi feita também pela equipe do site. Tudo isso porque esse post, essa brincadeira, foi considerado como uma ofensa séria, uma acusação contra a pessoa da reitora.
Bullshit.
Para ser perfeitamente honesto, embora a idéia por trás do Stoa fosse muito boa, nunca gostei da maneira como o site era administrado. A diversidade de opiniões nunca foi incentivada, mas reprimida. A esquerdofrenia floresceu ali, e pessoas intransigentes e ignorantes ganharam um lugar para suas opiniões.
Mesmo assim, a punição imposta ao autor do post é injusta e desproporcional. A reitora aparenta não ter a noção de humor, e é incapaz de compreender a intenção humorística original do post. Não apenas isso, mas, mesmo que o Stoa fosse um espaço mantido pela USP, e mesmo que o autor fosse colaborador do projeto, o espaço fornecido para blogs no Stoa é um espaço pessoal, e como tal não deveria ser alvo de retaliações de nenhum tipo. Da última vez que chequei, ainda estávamos num país que respeitava o livre direito de opinião e de expressão. Mesmo que a Constituição seja ligeiramente inconsistente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Esse evento mostra a real fragilidade de iniciativas como o Stoa, e mostra o quão verdadeiramente retrógrada e autoritária é a administração universitária USPiana. A tradição estraga os princípios éticos que deveriam reger esta Universidade. Não é a primeira ocasião em que esse tipo de conduta irresponsável denigre ainda mais a já combalida moral da suposta maior universidade do Brasil.
Nunca antes eu tinha considerado abandonar o Stoa. Apesar da presença de microcéfalos, esquerdofrênicos e paranóicos, para ser honesto eu me divertia distorcendo as idéias fracas e argumentos vazios que tentavam jogar na minha direção. Agora, depois dessa demonstração de ignorância, truculência, niilismo e anti-democracia, desisto do Stoa. Não vejo motivo para continuar fazendo parte de um portal que não oferece o que se propõe a fazê-lo. 
O que, sinceramente, é uma pena, pois apesar de tudo, o Stoa era um símbolo de que a esperança ainda existia para a USP.

Comentários

  1. é cara, triste. rvencio.

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