de Finibus Bonorum et Malorum



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Whatsapp, Justiça e Inconseqüência

Apenas um post rápido, sobre dois tópicos.

Whatsapp bloqueado… de novo

Hoje o Whatsapp foi bloqueado novamente por ordem de um juiz do Sergipe. Aparentemente a empresa não colaborou com investigações a respeito de um caso de tráfico de drogas.

Isso mostra que, em pleno século 21, um sujeito que não tem a menor noção de como a Internet funciona acha razoável determinar que um aplicativo que faz uso dela possa ser bloqueado. Como se “a internet” fosse uma entidade, um ser físico ao qual o acesso pudesse de fato ser impedido. Bom, num país onde o presidente da entidade responsável por fiscalizar as empresas de telecomunicação não entende como ela funciona, por quê um juiz entenderia?

Outra coisa é a estupidez da decisão. Em vez de punir a empresa, proibindo por exemplo novas instalações do aplicativo ou aplicando multas progressivas, o sujeito acha viável atrapalhar a vida dos milhões de pessoas que utilizam o aplicativo como ferramenta para inúmeras tarefas do dia a dia: pessoais e profissionais. E, não bastando isso, ainda argumenta dizendo que a decisão é baseada no Marco Civil da Internet.

Como contramedida, o grupo Anonymous derrubou o site do tribunal de justiça de Sergipe, dizendo que garantirá que este fique fora do ar enquanto o serviço do Whatsapp não for restabelecido (pra constar, o site já voltou ao ar).

Como sempre, o Brasil está na vanguarda do retrocesso.

Inconseqüência total

Em novo absurdo que ganhou o apelido de “pacote de bondades” nossa querida presidente anunciou reajustes para o bolsa-família, além da tabela do imposto de renda, e novas contratações do Minha Casa Minha Vida.

Haja vista que essa mesma sujeita vetou esses mesmos reajustes (Bolsa Família e IR) dizendo que não havia espaço no orçamento federal.

Agora, de repente, achou o espaço?

Claro que não. É birra. Independentemente da validade do processo de impeachment (que algumas pessoas contestam), essa decisão é mais uma demonstração de quão obtusa e irresponsável é a atual administração do país.

Ela ainda segue adiante, fazendo ameaças de que a oposição, se assumir, cortará esses reajustes. Óbvio que cortará. Eles são arbitrários e oportunistas, e apesar de serem na verdade muito justificados não há receita para cobri-los. Um governo que já está enterrado até o pescoço em quase 150 bilhões de reais de déficit não tem o direito de gastar mais nenhum centavo.

Ainda na mesma tocada, o ministro da educação, Aloízio Mercadante, inaugurou um prédio semi-construído da Unifesp em Guarulhos, onde ainda havia tinta fresca e tomadas que não funcionavam no momento do evento.

A partir desse tipo de notícia, não sei nem o que pensar a respeito da capacidade intelectual deste governo. Agora, aos 44 min do segundo tempo, falam em enviar projeto ao congresso com emenda para antecipar as eleições presidencias. Agora, quando já jogaram fora toda e qualquer chance de apoio que poderiam ter dentro do congresso, quando já não há mais nenhuma outra saída, quando essa medida depende, entre outras coisas, da renúncia da presidente e do vice, quando ambos falam que não vão renunciar.

É como o moleque que joga online mas é muito ruim no jogo, bota a culpa nos outros, chama os oponentes pra briga e dá ragequit.


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