de Finibus Bonorum et Malorum



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Sarcasmo e criatividade

Este post lindo fala sobre sarcasmo e como ele pode influenciar a criatividade.

Quem me conhece sabe que eu tenho uma certa tendência a ser honesto “demais”. Coloquei aspas no “demais” porque não acho que exista excesso de honestidade. Minha política pessoal é a de que a verdade, por mais dura que seja, é melhor que a mentira ou o eufemismo.

A verdade é útil: não deixa dúvidas sobre a minha opinião sobre o que me perguntam. Tentar maquiar ou desviar o assunto só atrapalha a discussão e não gera nada de novo; muito pelo contrário, pode criar distorções que só vão crescer com o tempo e tornar tudo muito mais difícil.

Isto posto, como a própria descrição deste blog diz, eu sou uma pessoa sarcástica. Me divirto com ele, e boa parte do meu senso de humor se origina nisso. Não porque seja elegante, mas porque, simplesmente, a desconexão entre as palavras e seu real significado é divertida. Gosto de diálogos inteligentes, em que é necessário interpretar o que o interlocutor diz. Tem que usar o cérebro pra conversar.

Talvez por isso muita gente me interprete mal, no entanto. A norma não é essa; mas sim agradar e falar o que a pessoa quer ouvir. Pra mim, isso é ofensivo. Respeito muito mais quem me fala o que pensa na cara (independente de eu gostar ou não) do que quem simplesmente vem falando “manso”.

Parece meio contraditório ao mesmo tempo valorizar a honestidade e incentivar o sarcasmo. Acontece que, como eu disse, é necessário usar a cabeça para conversar. Isto é, a honestidade reside no significado, não nas palavras.

O estudo que linkei lá em cima sugere que quando duas pessoas estão em uma conversa que envolve sarcasmo, e percebem isso, seu pensamento criativo melhora, assim como a capcacidade de raciocínio abstrato.

O mesmo estudo lembra que o sarcasmo pode ser bem perigoso para relações entre pessoas; comigo,  dá no mesmo, pois minhas relações tendem a envolver sempre uma certa dose de ironia (embora nem sempre ela seja direcionada à pessoa com quem estou conversando).

Isto posto, acho que é importante ressaltar que as pessoas precisam ser mais genuínas, não apenas com os outros mas também consigo mesmas. Se eu gosto de ironia e sarcasmo, porque eu esconderia isso? É um traço da minha personalidade, uma marca de quem eu sou. “O Francisco é meio sarcástico”. Eu também sou muitas outras coisas. É péssimo utilizar apenas uma caraceterística da pessoa para defini-la.

Eu tenho consciência de que sou uma pessoa bem difícil de discutir; isso porque eu sou chato, insistente e detalhista, além de muito teimoso (e ligeiramente intransigente às vezes). Mas também tenho capacidade de ouvir os argumentos dos outros (mesmo que não pareça). E, por isso mesmo, respeito quem se mete a discutir comigo sem perder as estribeiras.


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