de Finibus Bonorum et Malorum



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Que época triste.

Não quero me estender muito neste post, porque ele trata de um assunto escroto e de sentimentos ruins.

Enquanto fazia uma limpeza no Firefox, re-descobri uma conta antiga do Facebook. Era um perfil alternativo, que eu tinha criado basicamente por causa dos joguinhos que precisavam de “vizinhos/parceiros/colegas/sejaláoquefor”. A conta ficou largada depois que eu larguei todos esses jogos, por uma série de motivos (que talvez um dia eu acabe escrevendo a respeito).

Enfim.

Eu ainda não me esqueci dos motivos que me fizeram apagar minha conta lá. Mas, movido por uma curiosidade mórbida, entrei só pra ver a quantas anda a coisa por lá.

Que nojo.

Naquele lugar não existe espaço para a razão. As pessoas estão tão movidas pelo antagonisto ao “inimigo” que nada faz sentido. Dá vergonha de muita gente que eu sempre achei que seriam mais racionais, que teriam uma tendência mais democrática e republicana…

O primeiro impulso é responder. Dar o bom e velho tapa na cara (digital) pra ver se a pessoa acorda e percebe o tamanho do absurdo que está falando. Mas isso não adianta. As pessoas naquela rede me lembram um desenho do Pateta. Representando um personagem particularmente perturbado, ele era totalmente esquizofrênico: o Mr. Walker (Sr. Andante) era um sujeito legal, bonzinho, ajudava as pessoas, era educado, etc. Mas quando ele entrava no carro ele se transformava no Mr. Wheeler (Sr. Volante), que tira fina de pedestre, aposta corrida no farol, estaciona em lugar proibido… enfim, um escroto. Lá naquela rede acontece a mesma coisa: a pessoa se transforma, e vira uma criatura horrível.

Não me proponho a explicar as origens desse movimento (que aliás não acontece só aqui) extremista. Mas para mim está claro já faz tempo que o maniqueísmo latente eliminou a empatia e a compreensão do espectro emocional da maioria das pessoas. Não estão interessadas em ouvir o que têm a dizer aqueles que delas discordam, pois não percebem que só é possível crescer se houver discussão, e só é possível haver discussão se há diferença de opiniões.

Nestes tempos sombrios, vota-se movido pelo ódio, pelo medo e pela intolerância. O saldo disso serão as pontes queimadas, as ligações perdidas e as vitórias de Pirro.

Importada de outra época e de outro país, a história parece se repetir. Que época triste.


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