de Finibus Bonorum et Malorum



Reclamações recentes

2022 e as derivadas positivas

Este é provavelmente o tempo mais longo que eu já esperei pra escrever um post destes. É o primeiro do ano e, por isso, ele tem o objetivo de resumir e revisar o ano que acabou, a saber, 2022. É bom lembrar, já que afinal já estamos em março e quase daria pra escrever outro post de review anual só com o que aconteceu nos últimos 60 dias.

De tudo que aconteceu em 2022, a mais significativa foi, com certeza, a Física Médica. Foi uma experiência, no mínimo, bizarra voltar ao IFUSP como calouro, depois de 23 anos. Ao longo do ano fui tendo flashbacks de 1999, conforme as situações apareciam, e reflexivamente comparava os dois momentos.

Pensei muito na pessoa que eu era naquela época. Vi reflexos dele nos colegas mais jovens. Me senti um completo impostor, uma pessoa triste em busca de um pouco de autoestima ao fazer disciplinas de primeiro ano. Basicamente, o sentimento que eu tinha antes continuou comigo. Não é algo fácil de descartar; ainda mais depois de tudo que eu já fiz, imaginar que eu estaria “de volta à estaca zero” é muito pra cabeça.

E, mesmo assim, aqui estamos, um ano depois. Ainda há quatro pela frente.

Se não houvesse a pressão de ter que saber como pagar as contas, a situação poderia ser um pouco diferente. Mas uma das coisas mais difíceis de estar de volta à faculdade aos quarenta é justamente o fato de que tenho toda a bagagem dos últimos 20 anos da minha vida comigo. Isso significa família, casa, responsabilidades. Para ficar claro, isto não é uma reclamação; só estou estabelecendo fatos.

Se você está lendo isso e está nessa época espetacular da vida, no começo da faculdade, ainda descobrindo tanta coisa, aprendendo tudo, tendo aquela sensação maluca e exasperante de que tem tanta coisa acontecendo, ficando obcecade com alguma coisa aleatória, aproveite. Aproveite MUITO. Aprecie cada momento, registre tudo, tire fotos, vídeos, faça um diário, registre isso tudo. Eu tentei o quanto pude, perdi bastante, mas tenho comigo todas essas lembranças fantásticas de experiências bizarras, lugares esquisitos, noites fora, viagens, amigos, comidas, frio, calor, tudo. Sinta tudo que puder sentir. Tudo isso vai construir a pessoa que você será no futuro, e isso vai fazer toda a diferença. Cometa erros, porque é assim que se aprende a lidar com os problemas que a gente enfrenta. Tome consciência das suas limitações e encontre maneiras de lidar com elas, não importa se for sozinho ou com ajuda.

Acho que o parágrafo anterior sumariza bem meu sentimento para 2022. O resumo geral foi ter aproveitado a vantagem da experiência para melhorar a minha vivência e – pelo menos essa era a intenção – a vivência de outres também.

Olhando em retrospecto, entrar na Física Médica foi uma decisão absolutamente pivotal de maneiras que, nem mesmo estão totalmente claras ainda.

2023 começou de um jeito estranho; de um lado, boas notícias que vão me complicar a vida, mas de um jeito que vai ser produtivo e vai levar a muitas coisas boas. Do outro lado, uma doença escrota dando as caras, mas que vamos enfrentar de peito aberto e vencer.

E é isso; talvez eu devesse ter registrado melhor tudo que aconteceu no ano passado pra este post; mas ele acabaria ficando longo e detalhado demais. Então, ficamos por aqui.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *